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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Pai herói, pai bandido!


João Carlos da Costa
Problemas como a (in)segurança pública e violência, economia americana em crise, as bolsas mundiais caindo, catástrofes, corrupção e outras ruins são assuntos que estampam o noticiário todos os dias, seja pelos jornais, televisão, internet ou através de pessoas alarmistas, e nos dão argumentos para inúmeros comentários e longas conversas. Mas há um momento em que gente deve sair da rotina tapar os ouvidos e esquecer que somos sujeitos ativos e passivos de tudo o que acontece ao nosso redor. E, cada momento da nossa vida é diferente e devemos aproveitá-los da melhor maneira possível, principalmente junto aos nossos entes queridos.
Então, só para mudar de assunto, nesta oportunidade falamos de algo extremamente significativo para todas as pessoas que cultuam o Dia dos Pais, comemorado no Brasil, sempre no segundo domingo do mês de agosto. Cá entre nós, sem pretensões de gerar cizânia ou qualquer tipo de constrangimento, mas este mês, tradicionalmente para muitos, é considerado o mês do cachorro louco e das grandes tragédias. Basta lembrar que agosto protagonizou o desaparecimento de pessoas famosas como o ex-presidente Getúlio Vargas, John Lennon e Elvis Presley. Ao contrário do Dia das Mães, festejado no segundo domingo de maio, com muitas mensagens de amor e muito fuzuê e é também conhecido como o mês das noivas, com muitos casamentos e festas, para o gáudio de convidados “arroz-de-festa” e bons de garfo. Comparativamente, nos dois dias, as próprias propagandas são diferenciadas pela forma de apelação: para as mães o lado sentimental é mais trabalhado, enquanto o apelo em relação aos pais é meramente comercial e no final, o presente se resume a um par de meias, um cinto, um perfume ou cueca e tudo bem. Como dizem: só para não passar em branco!
Brincadeiras à parte, tanto do pai quanto a mãe são importantes na formação do caráter e da personalidade dos filhos, pois constituem a base familiar. E, atualmente, a falta de maior participações na vida deles é um dos principais motivos que influenciam também nos índices de criminalidade e violência, porque a maioria das famílias está desestruturada, por separações, divórcios, orfandade, filhos que são revoltados por não conhecerem os pais, etc... Fatos que, psicologicamente, quer queiram, quer não, afetam crianças e adolescentes, causando-lhes insegurança na falta de qualquer um dos genitores e prejudicam a sua estrutura emocional perante a sociedade.
O pai de hoje
A evolução trouxe a igualdade de oportunidades e mudou o modelo de família. Antigamente o pátrio-poder, na acepção da palavra, era do homem, considerado o cabeça da família Atualmente, os papéis já quase não se distinguem, pois da mesma forma que muitas mulheres exercem função dupla, de pai e mãe, a recíproca também é verdadeira. E, percebe-se, que a imagem do pai está totalmente diferente em relação aquela austera e machista de antigamente, quando apenas um olhar já era entendido como repreensão e respeitado como tal.
A flexibilidade agora, diante das circunstâncias proporcionadas por esse mundo mais moderno, é uma das características mais marcantes desse novo modelo de pai. E isso, da mesma forma que tem facilitado a convivência entre pais e filhos, também tem gerado alguns conflitos, porque os filhos vêem na mãe a pessoa terna, permissiva, compreensiva, amorosa e sentimental e abusam disso. E o pai, ao impor limites nas atitudes dos filhos, nem sempre são respeitados como deveriam, e são vistos algumas vezes como algozes, principalmente quando dizem “não”, um monossílabo que sempre soa de forma ofensiva. No fundo, pela própria natureza racional do sexo masculino, o que um pai mais quer é transmitir as experiências e os ensinamentos da vida, mesmo que à sua maneira. É, geralmente a forma pela qual demonstra seu amor pelos filhos e, por isso, nem sempre é compreendido pela timidez ao não conseguir dizer “eu te amo” e, às vezes é visto, ora como herói, ora como bandido.
Esta é a sina dos pais que, independente de serem pessoas simples ou não, puros ou cheios de vícios e defeitos, sempre serão para nós, filhos o amparo e fortaleza, além de, motivo de orgulho e exemplos a serem seguidos. Pelo menos é o que os verdadeiros pais pretendem! E, apesar de nem sempre mostrar fragilidade, também carecem de carinho e atenção especial. Não só quando comemora o seu dia, mas também nos outros.
Aproveitando a oportunidade, desejo aos queridos leitores, filhos, pais e também avôs, um feliz Dia dos Pais e que Deus os abençoe!
João Carlos da Costa
 Bel. Químico, Bel. em Direito (aprovado pela OAB), Professor e Policial Civil. Contatos: João_22@terra.com.br

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