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sexta-feira, 25 de março de 2011

Al Capone paranaense


Roberto Requião complica-se cada vez mais com os escândalos apurados pela Polícia Federal. Agora, é o seu próprio gabinete que aparece como participante dos crimes no Porto de Paranaguá. Escutas telefônicas divulgadas pelo jornal Gazeta do Povo citam o seu ex-chefe de gabinete, Carlos Augusto Moreira Júnior, na maracutaia da compra da draga. O nome de Moreira soma-se ao de Luis Mussi, que é apontado como o contato dentro do governo do Paraná para o negócio, e ao de Eduardo Requião, tido como o principal beneficiário do esquema de corrupção. De acordo com as investigações, de uma propina de US$ 5 milhões, a metade seria destinada ao irmão do Roberto. Também descobriu-se que a quadrilha enviaria dólares para contas nos Estados Unidos, cujo titular era o próprio Eduardo Requião. O intermediador para a prática dos delitos seria Alex Hammoud, dono do grupo Unisoft do Paraguai. Entre as gravações colhidas pela Polícia Federal com autorização da Justiça, há um trecho onde Hammoud conversa com Daniel Lúcio de Oliveira de Souza, ex-superintendente da Appa, nomeado por Roberto Requião. Diz Daniel: “Eu tenho nformações que ele (Eduardo)... porque ele não precisa mais de dinheiro, ele quer mais dinheiro, mas ele tem muito”. Em outro momento do diálogo, Alex conta a Daniel: “Uma vez ele (Eduardo) me entregou uma soma grande de dinheiro e me disse: Alex, guarda pra mim. Guardei um tempo, Alex devolve. Devolvi”. O pior de tudo, porém, está a referência de Alex ao ex-governador: “Em algum momento eu vou falar com o próprio chefe (Requião). Eu convivi com ele pra Dubai, inclusive ele se interessou (sobre o assunto). Vou falar: olha isso que o... é uma pena ter um irmão assim mesmo”. De tudo isso, conclui-se: o comandante-mor da operação foi Roberto Requião.
“Quinhentão”
Sobram indícios da falcatrua com o DNA requianista. A transcrição é textual de um email enviado por Hammoud a Daniel: “Ajudei a tirar remessa de Ctba (Curitiba) para PY (Paraguai). (Eduardo) Me deu dinheiro p remessa (+ que 500) e quando fui enviar, amigos banqueiros de trinta anos me disseram que a conta estava vigiada pela interpol e não me aconselharam arriscar meu nome como remetente”.
Direto
E segue a mensagem: “Mas estava fazendo (a remessa do dinheiro) c prazer p servir quem achava que merecia. (Eduardo) Vai cair sozinho nas mãos da lei e deixar o irmão dele com muita vergonha”. Claro que Alex não imaginava que Requião não apenas sabia de tudo como era o mandatário do negócio.
Definitivo
A resposta de Daniel a Hammoud é igualmente incriminadora para a família Mello e Silva: “Há mais de um mês ele (Eduardo) me disse que não confiava em você (Hammoud), pois teve problemas com uma remessa para conta dele (Eduardo) nos EUA de US$ 500 mil”. E veio a resposta: “Tenho número da conta e endereço do banco do crocodilo (Eduardo) no exterior e sei onde guarda os U$ dele no RJ e em Ctba. Vou cuspir na cara deste safado depois de colocar ele na cadeia”. Precisa dizer mais?
Doméstica
Na conversa eletrônica, ainda houve referência à guarda de dólares no armário no apartamento do Eduardo, conforme declara o ex-superintendente do Porto: “A empregada roubou R$ 2 milhões do guarda-roupa dele ano passado, ainda sobrou muito... É o que corre de fofocas por aí. Na polícia ele declarou que ela roubou US$ 180 mil”. A gangue do Requião dá de dez a zero nos Al Capone da vida. Fonte: parana-online

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